vegetable oil, Syzygium aromaticum flowers

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O perfil aromático do Syzygium aromaticum, conhecido popularmente como cravo-da-índia, é dominado pelo eugenol, um composto que pode representar de 70% a 90% do óleo essencial extraído dos botões florais secos da planta. O eugenol é o grande responsável pelo aroma quente, picante, penetrante e levemente adstringente que caracteriza o cravo. Seu impacto olfativo é imediato, com uma força e uma persistência notáveis, criando uma assinatura aromática inconfundível, ao mesmo tempo medicinal e balsâmica.

Além do eugenol, o óleo essencial de cravo contém acetato de eugenila, um composto que suaviza ligeiramente a força picante e introduz uma nuance doce, frutada e levemente balsâmica. Esse acetato cria uma camada arredondada e sedosa no perfume natural do cravo, proporcionando uma transição mais delicada entre as notas de abertura e o corpo quente da composição.

Outro composto importante é o beta-cariofileno, um sesquiterpeno que contribui com uma faceta amadeirada, terrosa e suavemente especiada, trazendo profundidade e uma estrutura mais seca ao perfil olfativo do cravo. O beta-cariofileno atua como uma base resinosa discreta que sustenta a pungência do eugenol e impede que o aroma se torne excessivamente agressivo.

Em menor quantidade, pode-se encontrar vanilina, que adiciona um toque adocicado, levemente cremoso e reconfortante, fazendo um interessante diálogo entre o aspecto medicinal e o lado gourmand que o cravo pode sugerir. Essa pequena presença de vanilina é, muitas vezes, o que aproxima o cravo de perfis olfativos utilizados em confeitaria e perfumes orientais.

Além desses, o óleo pode conter traços de farneseno, que oferece uma nuance verde, levemente herbácea e sutilmente frutada, contribuindo para uma abertura mais fresca e natural.

O conjunto desses compostos cria um perfume intensamente quente, picante, levemente medicinal e adstringente, com camadas doces, balsâmicas e discretamente amadeiradas. O cravo, especialmente em óleo essencial, é um material muito poderoso, de grande projeção e fixação, utilizado tanto como nota protagonista quanto como nota de apoio em composições especiadas, orientais, gourmand e até mesmo amadeiradas secas.

Descritivo Técnico da Árvore – Syzygium aromaticum (Cravo-da-Índia)

Nome Científico: Syzygium aromaticum (sin. Eugenia caryophyllata)
Família Botânica: Myrtaceae
Origem: Nativa das Ilhas Molucas (Indonésia), também conhecidas como "Ilhas das Especiarias". Atualmente cultivada em várias regiões tropicais, incluindo Zanzibar, Madagascar, Sri Lanka e Brasil (principalmente na Bahia).

Características Morfológicas

• Porte:
  Árvore de médio a grande porte, podendo atingir entre 10 a 20 metros de altura quando adulta. O crescimento é relativamente lento e a árvore pode viver por mais de 50 anos em condições favoráveis.

• Tronco e Casca:
  O tronco é ereto, de casca cinzenta, fina e levemente rugosa. Quando danificada, a casca e os tecidos internos exalam um leve aroma de cravo devido à presença de eugenol em toda a planta, incluindo casca, folhas e flores.

• Folhas:
  As folhas são simples, coriáceas, perenes, de formato ovalado a lanceolado, com disposição oposta. São de coloração verde-escura e brilhante na face superior, e mais claras na face inferior. Ao serem amassadas ou perfuradas, liberam um aroma intenso e característico de cravo.

• Flores:
  As flores são pequenas, de coloração inicialmente verde-clara, depois rosadas a avermelhadas, ficando progressivamente mais intensas à medida que amadurecem. São reunidas em inflorescências terminais. A parte colhida e utilizada comercialmente é o botão floral ainda fechado, colhido antes da abertura das pétalas. Esses botões, após a secagem, tornam-se os conhecidos "cravos-da-índia".

• Frutos:
  O fruto é uma drupa oval, de coloração roxa a preta quando madura. Apesar de ser comestível, o fruto possui pouco valor comercial e raramente é utilizado fora das regiões produtoras.

Aspectos Ecológicos e Agronômicos

• Habitat:
  O cravo cresce bem em climas tropicais úmidos, com temperaturas médias entre 20°C e 30°C e alta umidade relativa do ar. Prefere solos profundos, férteis, bem drenados e ligeiramente ácidos.

• Cultivo:
  A propagação se dá principalmente por sementes frescas (com baixa viabilidade de armazenamento), ou por mudas enxertadas para acelerar a produção. O primeiro florescimento ocorre entre 6 e 10 anos após o plantio, e a árvore pode atingir plena produção entre os 15 e os 20 anos.

• Ciclo de Colheita:
  Os botões florais são colhidos manualmente pouco antes da abertura, geralmente uma vez por ano. Após a colheita, os botões são secos ao sol até adquirirem a coloração marrom escura característica do cravo comercial.

• Rendimento:
  Uma árvore adulta pode produzir entre 3 a 10 kg de cravos secos por ano, dependendo das condições de solo e clima.

Considerações Aromáticas

O cravo-da-índia é altamente aromático em toda a sua estrutura: folhas, casca, flores e botões florais, sendo o botão a parte mais rica em óleo essencial. O eugenol, composto majoritário no cravo, é o responsável pelo aroma quente, picante e medicinal que o torna indispensável tanto na perfumaria quanto na culinária e na medicina tradicional.

O cultivo do cravo tem grande importância histórica, especialmente na época das grandes navegações, quando as Ilhas Molucas eram disputadas intensamente pelas potências coloniais devido ao alto valor das especiarias. Hoje, o cravo permanece como um dos ingredientes especiados mais utilizados no mundo, com destaque para as produções de Madagascar, Indonésia, Zanzibar e Brasil.

Aplique pequenas quantidades do oleoperfume sobre a pele limpa, em regiões como pulsos, pescoço ou colo. Por ser um perfume natural em óleo, a fragrância evolui com suavidade ao longo das horas, acompanhando o calor do corpo.

Reaplique conforme o seu sentir. O olfato pode silenciar o aroma para você antes que ele desapareça para o mundo — confie no seu corpo para saber quando desejar mais.