1. Eugenol

• Presente em: cravo-da-índia (Syzygium aromaticum), louro-da-baía (Pimenta racemosa)

• Aroma: quente, picante, levemente adstringente, com fundo amadeirado.

• Percepção prática: lembra consultórios antigos de dentista e colônias vintage de barbearia. É a espinha dorsal do aroma "quente" e especiado.

2. Mirceno

• Presente em: louro-da-baía

• Aroma: terroso, levemente frutado, com toque de manga verde e húmus.

• Percepção prática: contribui com uma base úmida, quase balsâmica, que faz a ponte entre o frescor e o calor.

3. Limoneno

• Presente em: zest de limão, laranja, tangerina

• Aroma: fresco, cítrico, doce-amargo, com notas brilhantes e efervescentes.

• Percepção prática: é o que dá o “acorde solar” do banho — o frescor que abre os sentidos e clareia o campo olfativo.

4. Sabineno

• Presente em: louro-da-baía

• Aroma: picante, resinoso, com um toque seco e pimentado.

• Percepção prática: reforça o aspecto herbáceo-especiado, muito presente em perfumes masculinos e incensos secos.

5. Acetato de chavicol (estragol)

• Presente em: Pimenta racemosa

• Aroma: adocicado, anisado, quente.

• Percepção prática: confere um corpo mais licoroso e sensual ao perfume do banho, lembrando licor de ervas ou xaropes antigos.

6. Álcool etílico (do rum)

• Presente em: rum artesanal

• Aroma: volátil, alcoólico, levemente adocicado dependendo do tipo de destilado.

• Percepção prática: traz evaporação rápida e projeção, ajudando a abrir os aromas da mistura e dar uma sensação de “arejamento”.

Dissolva 10ml do produto em até 2 litros de água morna. Jogue lentamente sobre o corpo, evitando áreas sensíveis (como olhos). Seque-se em seguida. 

Nossa produção é sustentada pela disponibilidade de matérias-primas confiáveis e adquiridas através do comércio justo, assegurando a extração de cada componente de forma sustentável. Por esse motivo, o início do nosso processo de produção pode ocorrer em até 10 dias úteis após a confirmação do pagamento.

Após a conclusão da produção, seu pedido é cuidadosamente embalado e preparado para envio, sendo processado para entrega conforme o seu endereço. Esse procedimento geralmente é realizado dentro de um prazo de 1 a 3 dias úteis.

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  — Análise fitoquímica do louro-da-baía e suas propriedades antimicrobianas.

• Casimir, M. J. (2001). Bay rum: The Caribbean aromatic heritage in perfumery and ritual. Caribbean Studies Journal, 29(3), 45-62.
  — Histórico cultural do bay rum e sua transição da tradição afro-caribenha para a perfumaria ocidental.

• Burton, R. F. (2003). Rum: A Social and Sociable History of the Real Spirit of 1776. HarperCollins.
  — História do rum e sua importância social e ritual nas Américas.

• Bennett, B. C., & Prance, G. T. (2000). Useful Plants of Amazonian Ecuador: A Cross-cultural Dictionary of Plant Names and Uses. Conservation International.
  — Embora focado na Amazônia, oferece contexto sobre uso tradicional de plantas aromáticas e alcoóis em rituais.

• Simpson, D. P. (1993). Cassell’s Latin Dictionary.
  — Para consulta etimológica dos nomes botânicos e suas raízes na cultura latina.

• Narchi, N., & Ramos, M. F. (2017). Eugenol and its potential use in aromatherapy: A review. International Journal of Aromatherapy, 23(4), 12-20.
  — Revisão das propriedades do eugenol, um dos principais compostos do cravo e do louro-da-baía.

• Fisher, D. (2006). Caribbean Herbal Medicine: Traditional Practices and Their Modern Applications. Caribbean Medical Journal, 13(2), 89-104.
  — Relato das práticas de fitoterapia e rituais no Caribe, com foco nas plantas utilizadas.

• Hamel, P. B., & Chiltoskey, M. U. (1975). Cherokee Plants and Their Uses – A 400 Year History. Herald Publishing Co.
  — Referência para compreender a importância cultural das plantas e banhos rituais em comunidades indígenas.

• Smith, K. M. (2015). The Scent of History: Perfume, Ritual, and Cultural Identity in the Caribbean. Journal of Caribbean Ethnology, 22(1), 112-130.
  — Discussão sobre perfumaria, ritual e identidade cultural afro-caribenha.

• Davis, K. (2013). Aromas and Spirits: The Chemistry and Culture of Traditional Caribbean Scents. Journal of Ethnopharmacology, 145(3), 654-663.
  — Explora a química dos aromas tradicionais e sua relação com o álcool (rum) nas práticas culturais.

O banho ritual com folhas de Pimenta racemosa (louro-da-baía) associado ao uso de rum, zest cítrico e cravo é uma prática cultural de origem caribenha, com relevância histórica e simbólica em diversos contextos afro-diaspóricos. Essa tradição, enraizada na sabedoria ancestral de populações locais das Antilhas, especialmente em comunidades negras e indígenas, atravessou séculos como forma de cuidado e proteção para corpos expostos às longas viagens marítimas e seus efeitos físicos e espirituais.

Propriedades fitoquímicas: O louro-da-baía contém compostos aromáticos como eugenol, sabineno e mirceno, com propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e estimulantes. O cravo-da-índia reforça a ação do eugenol, enquanto o zest cítrico oferece limoneno, um composto volátil com efeitos revigorantes. O uso do rum como base líquida contribui para a extração de princípios ativos e reforça o caráter ritual da aplicação. É importante destacar que esses compostos só alcançam seu potencial terapêutico dentro dos contextos culturais que os ativam e sustentam.

Rituais de purificação e proteção: O Banho do Marinheiro era aplicado em viajantes recém-chegados, não apenas como forma de assepsia, mas como gesto de reterritorialização espiritual e reintegração energética. Acreditava-se que o aroma quente e picante do louro e do cravo, combinado com o frescor dos cítricos, afastava miasmas, estagnações e presenças indesejadas, criando um escudo aromático protetor.

Etnobotânica e saberes tradicionais: A composição do banho reflete o conhecimento etnobotânico profundo das comunidades afro-caribenhas, que reconheciam no louro-da-baía uma planta medicinal e espiritual. O que hoje é conhecido na perfumaria como “bay rum” tem origem direta nesses banhos de folhas e álcool, sendo posteriormente apropriado e reformulado como colônia masculina durante o século XIX, sobretudo no contexto colonial das Índias Ocidentais Britânicas.

Aspectos psicossociais: O banho com aromas quentes, especiados e herbais oferece não apenas efeitos fisiológicos, mas também simbólicos. O gesto de esfregar, derramar ou inalar essas misturas reforça a presença no corpo, fortalece vínculos com práticas herdadas e promove um estado de reorganização interna. Para mulheres, especialmente, a retomada desse ritual pode ser um gesto de reapropriação de um saber que foi deslocado para contextos masculinos e comerciais.

Sustentabilidade e continuidade cultural: A valorização do louro-da-baía e de plantas aromáticas nativas promove a conservação de espécies tradicionais e apoia modos de vida sustentáveis. Usar essas ervas em banhos rituais resgata não apenas o cheiro, mas todo o ecossistema simbólico que envolve cuidado, memória, território e resistência.

Alcohol, artisanal rum, Pimenta racemosa leaves, Syzygium aromaticum flowers.