vegetable oil, Protium heptaphyllumresin

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O breu-branco, resina obtida principalmente do tronco da árvore Protium heptaphyllum (família Burseraceae), apresenta um perfil olfativo singular e complexo, que o torna um dos ingredientes mais tradicionais da perfumaria ritualística e natural brasileira.

Perfil Olfativo Principal:

O aroma do breu-branco é caracterizado por ser resinoso, fresco, levemente cítrico, amadeirado e com nuances de cânfora e pinho. Ao primeiro contato, a resina exala um cheiro claro e penetrante, com um frescor balsâmico que remete imediatamente a florestas úmidas e ambientes sagrados.

Desdobramento Aromático:

• Notas de Saída:
  Apresenta um frescor que mistura aspectos cítricos e canforados, às vezes com um leve toque de pimenta verde ou de folhas esmagadas. Esse frescor se dissipa de forma rápida, abrindo espaço para um corpo mais macio.

• Notas de Coração:
  Surge um aroma mais resinoso, amadeirado e suavemente doce, com um fundo que lembra o incenso natural e resinas como olíbano e copal, mas com um caráter mais verde e menos mineralizado.

• Notas de Fundo:
  O aroma se torna terroso, amadeirado e levemente esfumaçado, com um fundo que pode lembrar madeira seca, com discretas nuances de pinho e um leve toque de limão seco.

Sensação Olfativa:

O breu-branco transmite uma sensação de clareza, limpeza, abertura respiratória e conexão com ambientes naturais. Seu uso tradicional como defumador e incenso está diretamente ligado à sua capacidade de trazer um ar de purificação, frescor e estabilidade. Na perfumaria, o breu-branco pode atuar como nota balsâmica, de fundo ou de ligação entre notas verdes, cítricas e amadeiradas, com boa capacidade de fixação quando trabalhado em bases oleosas ou resinosas.

Compostos Aromáticos Principais:

• Alfa-pineno – Frescor de pinho, leveza balsâmica, abertura respiratória.

• Limoneno – Cítrico, brilhante, leve nuance doce e resinosa.

• Beta-cariofileno – Amadeirado, seco, especiado suave.

• Terpineol – Floral fresco, levemente balsâmico, nuance de lilás e cânfora.

• Delta-3-careno – Canforado, verde, fresco, presente em resinas de coníferas.

Descritivo Técnico da Árvore – Protium heptaphyllum (Breu-branco)

Nome Científico: Protium heptaphyllum
Família Botânica: Burseraceae
Nomes Populares: Breu-branco, breu, almécega, breuzinho, pau-de-breu.

Distribuição:
Espécie nativa das florestas tropicais da Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, com ampla distribuição no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, além de ocorrências na Venezuela, Guianas e Peru.

Características Morfológicas

• Porte:
  Árvore de médio a grande porte, podendo atingir 15 a 30 metros de altura, com copa arredondada e densa. Em ambientes de floresta densa, pode crescer mais esguia; em clareiras e bordas de mata, desenvolve uma copa mais ampla.

• Tronco e Casca:
  O tronco é ereto, com casca espessa, acinzentada a marrom-claro, que exsuda a resina conhecida como breu-branco quando ferida. A casca pode apresentar rachaduras longitudinais e, quando cortada, libera imediatamente um aroma fresco e resinoso.

• Folhas:
  As folhas são compostas, alternas, imparipenadas, geralmente com 5 a 9 folíolos de formato ovalado a lanceolado. Os folíolos possuem bordas inteiras e são brilhantes na face superior. Quando esmagadas, liberam um aroma levemente resinoso e fresco, evidenciando a presença dos compostos aromáticos em toda a planta.

• Flores:
  Pequenas, de coloração branco-creme, agrupadas em inflorescências terminais ou axilares. São discretas visualmente, mas produzem néctar que atrai insetos polinizadores.

• Frutos:
  Pequenos, arredondados, com casca fina e polpa oleosa, de coloração que varia do verde ao roxo escuro quando maduros. Os frutos são comestíveis e, em algumas comunidades, utilizados na alimentação local.

Aspectos Ecológicos e Agronômicos

• Habitat:
  O breu-branco é uma espécie adaptável a diferentes formações florestais tropicais, desde florestas de terra firme até áreas de cerrado com solos bem drenados. Prefere ambientes úmidos, mas tolera períodos sazonais de seca.

• Cultivo e Propagação:
  É uma planta rústica, que pode ser propagada por sementes ou estacas, mas seu cultivo ainda é pouco explorado de forma sistemática. A extração tradicional da resina é feita diretamente de árvores nativas em áreas de floresta, por meio de incisões no tronco que permitem o escorrimento do breu, que é recolhido e posteriormente solidificado.

• Rendimento:
  A produção de resina varia de acordo com a idade da árvore, o manejo e as condições ambientais. Uma árvore adulta pode fornecer alguns quilos de resina por ano quando manejada de forma sustentável.

Considerações Ecológicas e Culturais

O breu-branco desempenha um papel importante nas comunidades tradicionais e indígenas brasileiras, onde sua resina é amplamente utilizada para fins medicinais, espirituais e utilitários. Seu uso como defumador está associado a processos de purificação, proteção e conexão espiritual. A árvore também oferece madeira leve, utilizada localmente para construção e fabricação de utensílios.

Além de seu valor cultural e simbólico, o breu-branco possui importância ecológica, contribuindo para a alimentação de fauna nativa (insetos, aves e pequenos mamíferos que se alimentam dos frutos) e atuando como planta de sombra e cobertura em processos de regeneração natural da floresta.

Seu potencial na perfumaria natural e na aromaterapia tem despertado crescente interesse, especialmente por seu aroma fresco, resinoso e balsâmico com aplicações tanto rituais quanto estéticas.

Aplique pequenas quantidades do oleoperfume sobre a pele limpa, em regiões como pulsos, pescoço ou colo. Por ser um perfume natural em óleo, a fragrância evolui com suavidade ao longo das horas, acompanhando o calor do corpo.

Reaplique conforme o seu sentir. O olfato pode silenciar o aroma para você antes que ele desapareça para o mundo — confie no seu corpo para saber quando desejar mais.